O Minho é uma região rica em costumes e tradições. A visita pascal, ou compasso, é uma das Festas mais marcantes. Bem cedo, em cada aldeia estoiram foguetes, tocam os sinos e sai a visita Pascal que percorre todas as casas que abrem as portas ao compasso. É bonito de se ver! Vizinhos e amigos apressam-se a desejar "Feliz Páscoa" ao dono e ao pessoal das casas: Feliz Páscoa! Aleluia! Aleluia!
Atapetam-se as ruas e os caminhos com flores. Grupos de pessoas correm de casa em casa, não esquecendo um vizinho, pobre ou rico, um amigo. É um reboliço! Há risadas e gritos. Beijos e abraços. Em cada casa põe-se uma farta mesa de iguarias, doces e salgadas, vinho do Porto, vinho corrente, e outras bebidas. Quando chega o compasso é o Pároco que saúda todos os presentes dizendo: "Paz a esta casa e a todos os seus habitantes, Aleluia", enquanto asperge com água benta a "sala grande" onde, por hábito, está colocada a "mesa".
Depois, o mordomo dá a cruz ornamentada a beijar ao dono que, depois de beijar a cruz, a dá a beijar aos presentes. O dono da casa ou a pessoa mais velha convida, então, o senhor Abade a sentar-se um bocadinho (que a caminhada é grande), oferecendo-lhe da "mesa" onde nada falta, desde o pão-de-ló até ao "sortido", passando pelo vinho da última colheita que graças a Deus, era de estalar … até ao vinho "fino", geropiga ou algum licor conventual.
As pessoas abeiram-se, ordeiramente, da mesa e tudo come sem cerimónia, distinguindo, no entanto, o dono da casa, o pessoal do "compasso" a quem, depois, entrega o "folar" do senhor Abade (actualmente dinheiro num envelope fechado) e outras esmolas para as Almas e o Senhor, não esquecendo, também, o folar do rapazio da campainha e da caldeira.
Por volta do meio-dia, recolhe o compasso à Igreja para os elementos que o compõem irem almoçar. No final, uma girândola de foguetes diz que o "almoço" já terminou e que o ritual vai continuar da parte de tarde, visitando os restantes lugares e casas da freguesia e é ver novos e velhos a gozar um belo Domingo que só regressa 12 meses depois. Bem no fim da visita organiza-se uma procissão de retorno à Igreja e aí é ver toda a gente a entoar cânticos religiosos.
sábado, 27 de março de 2010
COMPASSO PASCAL NO MINHO
Páscoa.
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É tempo de Páscoa no Minho florido. Já se ouvem os trinos dos sinos festeiros Na igreja vestida de branco vestido, Entre o verde manso dos altos pinheiros.
Caminhos de aldeia, que o funcho recobre, Esperam, cheirosos, que passe o compasso À casa do rico, cabana do pobre... Já voam foguetes e pombas no espaço.
Lá vêm dois meninos, com opas vermelhas, Tocando a sineta. Logo atrás, o abade Já trôpego e lento. (As pernas são velhas? Mas no seu sorriso tudo é mocidade.)
Com que unção o moço sacristão, nos braços, Traz a cruz de prata que Jesus cativa, Para ser beijada! Enfeitam-na laços De fitas de seda e uma rosa viva.
Um outro, ajoujado ao peso das prendas (Não há quem não tenha seu pouco pra dar...) Traz, num largo cesto de nevadas rendas, Os ovos, o açúcar e os pães do folar.
Mais um outro, ainda, de hissope e caldeira Cheia de água benta, abre um guarda-sol. Seguem-nos, e alegram céus e terra inteira, Estrondos de bombos e gaitas de fole.
Haverá visita mais honrosa e bela? Famílias ajoelham. A cruz é beijada. (Pratos de arroz-doce, com flores de canela, Aguardam gulosos na mesa enfeitada.)
Santa Aleluia! Oh, festa maior! Haverá mais bela e honrosa visita? É tempo de Páscoa.
O Minho está em flor. Em cada alma pura Jesus ressuscita!
António Manuel Couto Viana.
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Nos tempos atuais ao seguimos um blog ou sermos seguidos, formamos uma verdadeira teia, capaz de ter um alcance quantitativo e qualitativo para matérias formativas e informativas, que mídia alguma consegue ter. Já imaginou se os pré-socráticos e pós-socráticos tivessem tal meio divulgador na sua época? A história seria outra! POR ISSO PARABÉNS PELO BLOG.
Aproveito para CONVIDAR VOCÊ, seus seguidores e quem você segue, para lerem matéria sobre o espetáculo SAGRADO E PROFANO, que ocorrerá na cidade de Senador Pompeu, interior do Ceará, no pequeno Distrito de Engenheiro José Lopes. Experiência artística que mobiliza toda a população, que além de encenar a Paixão de Cristo ainda tem os caretas, que há cerca de 70 anos, saem pelas ruas. Experiência artística, social, política, folclórica, econômica..... que merece ser relatada, imitada e, sendo possível, vista e visitada ao vivo. Boa leitura em:
www.valdecyalves.blogspot.com
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