quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

FESTA DE SÃO GONÇALINHO - AVEIRO



Uma das festas mais queridas das gentes do bairro da Beira-Mar realiza-se no Domingo mais próximo do dia 10 de Janeiro.
A festa faz-se em honra de São Gonçalo, conhecido naquele bairro por S. Gonçalinho. Este terá nascido em 1190 em Arriconha, perto de Guimarães, ganhando fama de santo casamenteiro quando pregava na freguesia da Aboadela do Marão onde, como bom pároco que era, queria sacramentar os casais que viviam em situação imoral.
S. Gonçalo terá morrido em meados do século XIII. O seu culto expandiu-se, tendo chegado rapidamente a Aveiro, mais precisamente ao bairro da Beira-Mar.
Neste bairro é-lhe atribuído poder curandeiro em doenças ósseas e na resolução de problemas conjugais.
O afecto da população local ao seu Santo padroeiro é de tal forma que o seu tratamento toma aspectos particulares. São utilizadas, por exemplo, expressões como, "o nosso santinho", "o nosso menino", bem como, o uso da segunda pessoa do singular ("tu") para se dirigir ao Santo.
Durante os dias de festa pagam-se promessas ao São Gonçalinho, atirando quilos de cavacas doces do cimo da capela, enquanto na rua uma multidão de pessoas as tenta apanhar. As cavacas são doces cobertos de açúcar, podendo ser de dois tipos: redondas e relativamente moles (para serem comidas), ou alongadas e muito duras (para serem lançadas da platibamba da capela).
A prática de atirar cavacas é uma característica desta peculiar festa, transformando-a numa original manifestação de tributo, culto e veneração prestada ao Santo pelos romeiros.
Outro ritual da festa, realizado ao fim da tarde no interior da capela, é a entrega do ramo. Trata-se de um ramo de flores artificiais, conservado há muitos anos com religioso cuidado. A festa de S. Gonçalinho inclui ainda a Dança dos Mancos, ritual tradicional realizado também dentro da pequena capela. Esta dança é executada por um grupo de homens que, fingindo de mancos e deficientes físicos, movem-se circularmente, mancando e dançando ao som dos cantares que ecoam na capela.

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