O Rancho Regional das Lavradeiras de Carreço, organizado em 1923, o mais antigo agrupamento folclórico de Portugal, é uma Associação Cultural de Utilidade Pública, e Instituição de Mérito Cultural,
que preserva e divulga as tradições, usos e costumes do povo da Região de Viana do Castelo.
Tem desde a sua fundação mantido uma actividade ininterrupta, encontrando os jovens de hoje os mesmos motivos que os seus avós para continuar a expressar através do folclore o sentir das gerações
passadas, a alegria e solidariedade universais.
Foi Carlos Peixoto Freitas Sampaio, exímio bailador das modas que em Carreço o povo dançava no século passado, que há mais de setenta anos reuniu um grupo de jovens, que costumavam formar os "ranchos" para animar os serões as festas e romarias das redondezas, contando desde logo com o apoio do Pároco local, Padre Domingos Afonso do Paço.
Alguns anos mais tarde com o apoio do etnógrafo Abel Viana, deram-lhe o nome de RANCHO REGIONAL DAS LAVRADEIRAS DE CARREÇO.
Estava assim criado o primeiro rancho folclórico de Portugal.
Nascido espontaneamente, à sombra tutelar do promontório de Montedor, com o seu típico Farol, mantém-se como guardião das danças e cantares da histórica Freguesia de Santa Maria de Carreço.
Das danças e cantares, todas elas oriundas de Carreço, destacam-se: Senhor da Serra, Chula, Gota, Rusga, Tirana, Velho, Preto, Pai do Ladrão, Cana Verde, Redonda, Verde Gaio, Rosinha, Carreço por Ser Carreço, e o Vira, como não podia deixar de ser, com várias versões, todas elas de imponente beleza.
Em relação aos trajes, cada um tinha uma função específica, apropriada a cada actividade, sendo mais ou menos elaborados, conforme as posses de cada um. Assim, das várias existentes salientamos para a mulher: Traje de Lavradeira, Lavradeira de Dó, Traje de Ceifeira, Traje de Tradição, Traje de Feirar, Traje de Trabalho e embora não sendo de Carreço, mas sim da região de Viana, temos ainda o: Traje de
Mordoma e Traje de Noiva. Para os homens destacam-se: Fato de Domingo ou Dias de Festa, Traje de Mordomo, Traje de Lavrador e Traje de Trabalho.
Quanto aos instrumentos musicais, também eles recebem a herança do passado, hoje mais enriquecido. Nas primeiras actuações, havia apenas uma harmónica, depois foram-se juntando as Concertinas, as Violas, os Cavaquinhos, os Ferrinhos e mais tarde o Acordeão diatónico. Destaca-se um instrumento único no País, as Conchas de Crustáceos (Vieiras), que marcam o ritmo da música, funcionando assim, com um instrumento de percussão.
Ao longo da existência deste rancho, vários foram os seus intervenientes, destacadas cantadeiras e dançadores, quase sempre anónimos, mas que sem eles, este percurso seria impossível. Graças ao seu espírito de sacrifício, à sua devoção e ao seu temperamento artístico, após as tarefas árduas de cada dia, que este rancho é chamariz de gentes e propaganda da região minhota. Deve-se no entanto destacar o seu fundador Carlos Peixoto de Freitas Sampaio, sua filha Teresa Freitas Sampaio e seu neto e actual director Carlos Silvano Freitas Sampaio.
Estão aqui descritos vários factores ilustrativos, da importância cultural que este rancho evidência.
É de facto, uma embaixada cultural viva, não só de Carreço, mas também da Região de Viana do Castelo.
O Rancho Regional das Lavradeiras de Carreço deixa por onde passa e de forma indelével, o seu saber de cultura, com brilho e orgulho, desde o Minho ao Algarve, Madeira, Açores, Espanha, França e Brasil, onde tem recebido as mais variadas distinções nestas suas deslocações.
Este Grupo é Sócio Fundador da Federação do Folclore Português. Sócio Fundador da Associação
de Grupos Folclóricos do Alto Minho e está inscrito no INATEL, IPJ.
Site recomendado:
http://www.lavradeirascarreco.com/global.htm
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